Rio de Janeiro – RJ 10/6/2020 – Acredito que a leitura é uma ferramenta que nos permite ensinar muito. Sobre culturas, sentimentos, valores, situações cotidianas
Mercado de literatura infantil é um dos que mais crescem no setor e incentivo ao hábito da leitura em crianças pode trazer benefícios para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo
Era uma vez…
O hábito de leitura é comprovadamente benéfico para adultos, mas tem efeito ainda maior em crianças. São inúmeros os ganhos infantis, pois proporciona desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. E mesmo que a criança ainda não saiba ler, é importante que adultos contem histórias para elas, como porta de entrada para esse universo. Segundo a pedagoga, arte-educadora e escritora Fanny Abramovich quando crianças ouvem histórias, passam a visualizar de forma mais clara sentimentos que têm em relação ao mundo. “As histórias trabalham problemas existenciais típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos”.
Thaynã Porto, psicopedagoga e profissional da educação e escritora, afirma ser inegável a importância da leitura na vida de qualquer pessoa e quando se começa na infância ela é ainda maior. Thaynã acredita que a educação se dá muito mais por exemplo do que apenas estímulo. Ver a conduta familiar ajuda a criar laços com o universo literário. “Eu sempre fui amante dos livros e minha filha Lara Sophie, hoje com 8 anos, sempre me observou ler. Lemos juntas todas as noites e os estímulos da escola também foram essenciais. Além de ler ela investe na criação das próprias obras”, comenta. A psicopedagoga acrescenta que percebe que a filha entendeu que ler não é só saber a história de alguém: é conhecer atitudes e uma maneira de ver o mundo.
Analogamente, um estudo da Universidade de Nova York, em colaboração com o IDados e o Instituto Alfa e Beto, mostrou um aumento de 14% no vocabulário e de 27% na memória de trabalho de crianças cujos pais leem para elas pelo menos dois livros por semana. A pesquisa ainda revelou que essa leitura frequente leva à maior estimulação fonológica, importante para a alfabetização, e à maior estimulação cognitiva.
Leitores mirins
De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a mais completa do segmento no país, o brasileiro lê apenas 4,96 livros por ano. Mas um dos pontos que mais chamam a atenção é o fato de que os maiores leitores não são os adultos: Adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por prazer – 42% dos entrevistados – , seguidos bem de perto por crianças de 5 a 10 anos – 40%.
Apesar de campanhas de incentivo, o estudo também revela que 67% da população não contou com alguém que motivasse o hábito de ler, enquanto 33% tiveram influência da mãe ou de algum representante do sexo feminino (11%), seguida pelo professor (7%).
A administradora Bruna Gallas Schwab é uma grande leitora, assim sendo, já incentiva sua filha Luísa, de apenas um ano, a ler. “Acredito que a leitura é uma ferramenta que nos permite ensinar muito. Sobre culturas, sentimentos, valores, situações cotidianas. Dessa forma é possível fantasiar e trabalhar objetivamente as habilidades de comunicação do bebê”, afirma. Além disso, ela acrescenta que é um momento de qualidade em família, onde genuinamente aproveitam juntas todos os detalhes de cada historinha. “É encantador vê-la já escolher seus livros favoritos, ‘decorar’ as partes que mais gosta e ir ampliando seu repertório de objetos, bichos e plantas”, acrescenta.
Mercado literário infantil
Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) mostram crescimento de vendas do gênero infantil nos últimos anos de forma consistente, mesmo que mercado geral de livros tenha caído.
Desse modo, uma editora que aposta no segmento infantil é a Albatroz. Entre as suas publicações há dezenas voltadas para o setor, ao passo que várias delas foram escritas por crianças. De acordo com a direção da editora, a demanda por livros infantis era tão grande que foi preciso criar um selo apenas para eles: Albatrozinho.
Desse projeto, surgiu a coletânea Contos Extraordinários Para Pequenos Leitores, que já está no segundo volume e cujo prazo para inscrição de contos está aberta até o dia 25/06. A publicação, focada no público infantil, terá ilustrações exclusivas e será feita com todo cuidado.
Uma das autoras que já garantiu sua história na coletânea é Lara Sophie Porto Santos, filha da psicopedagoga Thaynã Porto, citadas acima. A ideia do conto surgiu de um trabalho para aula de arte, “Precisava fazer uma revista em quadrinhos que ensinasse algo e fosse divertido ao mesmo tempo. Falamos sobre relação de sol, chuva, natureza”, conta Thaynã.
A escritora e autora infantil afirma que gosta de ler “desde bem pequenininha” e que via imagens e já começava a imaginar histórias. Entre seus livros preferidos estão os contos de fadas, O Mágico de Oz, O Pequeno Príncipe, histórias de mitologia, livros do detetive Sherlock Holmes e do autor Monteiro Lobato. Então, quando indagada se o conto da coletânea é sua primeira criação, Lara Sophie afirma que pelo contrário, que tem inúmeras outras: e não pretende parar tão cedo.
Para mais informações sobre a coletânea Contos Extraordinários Para Pequenos Leitores, da Editora Albatroz, acesse esse link.
Website: https://loja.editoraalbatroz.com.br/