São Paulo 6/7/2020 – As técnicas utilizadas antigamente eram primitivas e mostravam baixa taxa de sucesso para os tratamentos realizados em sessão única
Um dos procedimentos mais corriqueiros na prática odontológica, pois relaciona-se diretamente ao alívio de dor e infecção dentais.
O tratamento endodôntico é um dos procedimentos mais corriqueiros na prática odontológica, pois relaciona-se diretamente ao alívio de dor e infecção dentais. Popularmente conhecido como tratamento de canal o procedimento na maioria das vezes é realizado em sessões múltiplas. No entanto, nas últimas décadas, a grande maioria das escolas e dos pesquisadores defendem o tratamento em sessão única.
O cirurgião dentista, Douglas Hott Soares, conta que historicamente inúmeros tratamentos e medicações entre sessões foram utilizados para a terapia de dentes infeccionados, mas ao longo dos anos o número de sessões foi reduzido. “Para os casos de sessões múltiplas, um curativo de demora (bandagem que fica no dentre entre uma consulta e outra) à base de hidróxido de cálcio tem sido proposto e conhecido como padrão-ouro. Assim, acreditava-se que a taxa de reparação do tratamento em sessões múltiplas devia ser mais elevada do que o tratamento em sessão única.”
O tratamento endodôntico em sessão única ou múltipla tem sido objeto de discussão de longa data na comunidade endodôntica. A tentativa de concluir esse tratamento em sessão única é documentada desde o final do século 19, embora ainda não se tenha obtido uma conclusão definitiva. Logo após, verificam-se relatos sobre a obturação imediata, descrevendo os critérios para o sucesso com base na limpeza e modelagem do canal radicular, assim como nos métodos de remoção do conteúdo infeccioso. “As técnicas utilizadas antigamente eram primitivas e mostravam baixa taxa de sucesso para os tratamentos realizados em sessão única. A terapia endodôntica geralmente era realizada em sessões múltiplas, e exigia um tempo” detalha o cirurgião.
O uso de técnicas e equipamentos modernos, como magnificação (aumento da imagem com lupas ou microscópio), localizadores eletrônicos foraminais (aparelho que determina a localização orifício que fica na ponta mais extrema da raiz de um dente), aparelhos mecanizados utilizando limas de NiTi (níquel-titânio) e sistemas rotatórios e reciprocantes, fizeram com que se reduzisse o tempo para concretização desse tratamento, permitindo sua conclusão em uma única sessão.
Dr. Soares lembra que a higienização é fundamental e a visita periódica ao dentista pode evitar um tratamento tão invasivo e doloroso. Embora o Brasil seja o país que mais tenha profissionais da área, segundo o Atlas Global de Odontologia, em pesquisa nacional de saúde realizada em 2013 ainda somos o país em que a pessoa perde mais dentes – quatro a cada dez brasileiros perdem todos os dentes depois dos 60 anos. “O Brasil é um dos poucos países que se tem o costume de escovar os dentes 3 vezes por dia e isso deve se manter, afinal um problema endodôntico pode prevenir outras doenças que não estão relacionadas com região bucal, como doenças cardíacas, dores musculares, doenças cerebrais.. entre outras”, finaliza o cirurgião.
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