São Paulo, SP 14/7/2020 – Existem ferramentas que podem auxiliar no enfrentamento das crises psicológicas, como por exemplo, estar atento e sensível as necessidades uns dos outros.
A OMS leva muito a sério o impacto da crise na saúde mental das pessoas e está monitorando a situação junto às autoridades, fornecendo informações e orientações aos governos.
Hans Henri P. Kluge, Diretor Regional da OMS para a Europa participou recentemente de uma coletiva de imprensa respondendo perguntas sobre os efeitos psicológicos da pandemia: “O problema que cada um de nós enfrenta é como gerenciar e reagir à situação estressante que se desenvolve tão rapidamente em nossas vidas e comunidades durante uma pandemia. Nossa ansiedade e medos devem ser reconhecidos e não devem ser ignorados, mas melhor compreendidos e abordados. Podemos recorrer a cooperação que felizmente possuímos como seres humanos. E é nisso que devemos nos concentrar para responder de maneira mais eficaz a esta crise como indivíduos, familiares e membros da sociedade”. Drº Hans Kluge estava acompanhado na coletiva por Drº Aiysha Malik, Diretor Técnico do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da Sede da OMS, e a Drª Dorit Nitzan, Diretora Interina de Emergências da OMS.
A OMS leva muito a sério o impacto da crise na saúde mental das pessoas e está monitorando a situação junto às autoridades, fornecendo informações e orientações aos governos. A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) em maio deste ano apontou um crescimento de 38% de usuários, o aumento do uso de drogas tem relação direta com a saúde mental. Outro dado importante é nos Estados Unidos, os resultados de uma pesquisa sobre saúde mental durante a pandemia foram surpreendentes: os participantes de 2020 tiveram oito vezes mais chances de apresentar resultados positivos para doenças mentais graves, em relação à pesquisa de 2018, foram 28% em comparação com 3,4% na pesquisa do ano anterior. 70% dos participantes da pesquisa de 2020, cumpriram os critérios para doenças mentais moderadas a graves, em comparação com 22% em 2018. Adultos com idades entre 18 e 44 anos – principalmente iGen e millennials – são os que sofreram o maior impacto dos efeitos na saúde mental, houve um aumento de dez vezes em comparação a 2018.
As chamadas para linhas diretas de atendimento para o cuidado da saúde mental aumentaram, isso significa que os formuladores de políticas precisam estar preparados para um número potencialmente de brasileiros que necessitem deste atendimento, assim como os hospitais corriam o risco de ficar sem respiradores, o sistema de saúde mental pode ser rapidamente sobrecarregado.
Para Neiva Gonçalves psicóloga fundadora e Diretora de Carreira da Success People, os sintomas psicológicos estão relacionados com as fases da epidemia: “Toda mudança é estressante até que nos adaptamos a nova condição, durante a pandemia são várias as mudanças que ocorrem ao mesmo tempo em um curto período de tempo, a mudança no estilo de vida, na rotina, com crianças em casa, novos modelos de negócios, de metodologias no consumo, somado ao isolamento e as proibições decorrentes dos protocolos para evitar a contaminação e ainda das perdas, de liberdade e até mesmo de abraçar uma pessoa da família, impacta a saúde mental e é capaz de causar um efeito devastador caso não seja bem cuidado”. A Success People é uma empresa especializada em gestão de pessoas localizada em São Paulo. “Isolamento social é diferente de isolamento psicológico, é importante compreender esta diferença e combater o segundo”, comenta. Como combater o isolamento psicológico? Romildo Nascimento, é Consultor de Carreira na Success People, com carreira desenvolvida na área de RH, especialista em projetos voltados a transformar e desenvolver o potencial de cada ser humano. Para Romildo, existem técnicas de evitar doenças mentais causadas pela pandemia: “Existem ferramentas que podem auxiliar no enfrentamento das crises psicológicas, como por exemplo, estar atento e sensível as necessidades uns dos outros, fazer uma videoconferência, um telefonema e de maneira alguma se isolar psicologicamente. É fundamental para manter a saúde mental em qualquer época da vida ter senso de responsabilidade social, cuidar do próximo, buscar trabalhos voluntários e ser solidário, a coletividade e a cooperação é uma ferramenta potente para cuidar de nós mesmos, especialmente em uma pandemia, como a que estamos vivendo”, Romildo é formado em Psicologia e Coaching, especialista em networking nacional e internacional, gestão de projetos tradicionais e ágeis voltados para diversidade, análise comportamental e com diversas certificações voltadas para desenvolvimento humano.
Outra preocupação importante é com as crianças. As crianças durante a pandemia necessitam de atenção redobrada, elas não possuem a mesma capacidade dos adultos de lidar com as questões que envolvem os protocolos para evitar o contágio do coronavírus e o encerramento de suas atividades, como as educacionais. Escolas fechadas retiram o senso de estrutura e estímulo e a oportunidade de estar com amigos e educadores especializados, obtendo apoio social e emocional essencial para o desenvolvimento.
“As crianças podem achar difíceis as mudanças e expressar irritabilidade e raiva. Podem achar que desejam estar mais próximas dos pais, exigindo mais deles e deixando-os sob pressão indevida. O adulto será o ponto de equilíbrio dos pequenos neste momento, ajudar as crianças a encontrar maneiras de se expressar através de atividades criativas pode ser benéfico e é desestressante para ambos. Estratégias simples que podem auxiliar neste momento, incluem aumentar a atenção e ouvir suas queixas, explicando o que está acontecendo de uma maneira que eles possam entender, mesmo que sejam jovens”, comenta Neiva, “No caso dos idosos que são identificados como mais vulneráveis à COVID-19, há muitas coisas a se fazer para proteger a saúde mental. Realizar atividades físicas, manter rotinas ou criar novas, manter conexões sociais são maneiras de enfrentar a crise. Algumas pessoas idosas podem estar familiarizadas com os métodos digitais e outras podem precisar de orientação sobre como usá-los, os serviços de saúde mental e de apoio psicossocial a idosos e os serviços de proteção à criança precisam se adaptar para garantir que o atendimento ainda esteja disponível para famílias que necessitam deles”.
Website: http://www.successpeople.com.br