28/10/2020 –
Redes de ensino de todo o país precisam se atentar às novidades da reforma, como os Itinerários Formativos
Dentre as mudanças que as escolas tiveram de passar ao longo do ano em decorrência da pandemia, uma delas acabou ficando em segundo plano na agenda. A reforma do Ensino Médio, que indica uma nova etapa da educação brasileira, precisa ser implementada pelas instituições e redes de ensino até 2022 – prazo máximo exigido pelo MEC, e por se tratar do segmento mais complexo do ciclo básico, educadores terão de correr para implementar o projeto.
Com alterações realizadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que promoveram mudanças no currículo do Ensino Médio em 2017, somadas à aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), instituições de todo o país passaram a rever os conteúdos que seriam ensinados no último ciclo da educação básica. Entre todos os pontos do documento, um dos que chama mais a atenção, inclusive por ser inédito, é a elaboração dos itinerários formativos, que é a parte flexível de todo o currículo.
Para André Freitas, gerente de projetos pedagógicos do Sistema de Ensino pH, esse item da reforma será importante para enfrentar o histórico de evasão escolar, baixo nível de aprendizado e desinteresse dos estudantes, que poderão escolher as disciplinas que querem estudar conforme seus interesses, aptidões e objetivos. “Isso vai cessar aquela famosa pergunta que os professores há décadas escutam de seus alunos: ‘para que estou aprendendo essa matéria?’”, diz.
No entanto, caberá às escolas oferecer opções de currículo e construí-los de acordo com os interesses da comunidade. “Elas devem formatar seu currículo de acordo com o que combina com o seu perfil, escutando pais e alunos e aproveitando a estrutura (física e humana) e as atividades extracurriculares que já existem por lá”, explica Freitas.
Além disso, as aulas devem estar organizadas a partir de eixos que vão orientar todo o planejamento: Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo. Outro ponto a se considerar é que os itinerários podem ser elaborados por áreas do conhecimento separadamente (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas), integralmente (com duas ou mais áreas) ou com foco na formação técnica e profissional (profissionalizante).
Para preparar o aluno para escolher o caminho que vai trilhar no Ensino Médio e em uma possível graduação, a reforma exige que os colégios construam um espaço dedicado ao Projeto de Vida do estudante, que começa no Ensino Fundamental e deve continuar no Ensino Médio. Para Freitas, esse trabalho pode considerar alguns aspectos como a do autoconhecimento do aluno sobre seus interesses e a dimensão do planejamento, que diz respeito ao empreender ações que façam o jovem sair do plano das ideias e caminhar rumo de seus objetivos.
Em todo o país, alguns estados estão em processo de implementação do novo currículo na rede pública, como SP. Já na rede privada, o Sistema de Ensino pH é um dos pioneiros a já terem o material em produção. A previsão é de que o currículo seja implementado progressivamente aos alunos do primeiro ano do ensino médio a partir de 2021.
Website: http://www.sistemadeensinoph.com.br