Belo Horizonte, MG 29/9/2020 – Com um plantel de aproximadamente 650 mil animais, segundo a ABCCMM, a raça está presente em todas as regiões do Brasil e se destaca no agronegócio nacional
Enquanto demais setores da economia sofrem forte queda, a associação dos criadores de manga-larga marchador revela dados do segmento que superaram as expectativas
Original das fazendas do Sul de Minas, há aproximadamente três séculos, o manga-larga marchador é, segundo lei federal de 2014, a “raça nacional” e, por isso, apresenta qualidades típicas do brasileiro, como a força e a capacidade de superar os desafios. Com a pandemia do novo coronavírus, os eventos da raça precisaram ser paralisados. As atividades presenciais na sede da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) foram suspensas e os criadores se reinventaram para buscar superação.
Com todos os atendimentos feitos de forma on-line, a intensificação da comunicação e das negociações à distância deu resultado, como mostra o mais recente balanço das atividades: no período entre 18 de março e 14 de setembro de 2020, o Serviço de Registro Genealógico da ABCCMM contabilizou a movimentação de documentos referentes a 15.191 comunicados de nascimentos, 29.694 comunicados de cobrições (cruzamento) e 8.413 transferências de cavalos entre criadores.
Outro número que comprova a força da raça, mesmo em tempos de crise, é o de associados. A entidade começou o ano com cerca de 18 mil sócios e alcançou a marca de 19.200 filiados. Desse total, 1.205 ingressaram no quadro oficial durante a pandemia, ou seja, depois da entrada em vigor das medidas de distanciamento social, no dia 18 de março.
A transformação digital também marca o segmento. De acordo com o presidente da ABCCMM, Daniel Borja, as plataformas digitais de comunicação se tornaram uma forma viável para manter o segmento em movimento crescente. “Com o distanciamento social, as lives e leilões on-line conquistaram o gosto do nosso público interessado”, afirma. Dados do Departamento de Leilões da associação, entre os meses de março e setembro, mostram que foram chancelados 222 leilões, todos remates realizados de forma on-line, que resultaram em negócios da ordem de R$ 65 milhões.
“Se o público, parte importantíssima nos eventos do manga-larga marchador, não pode ir às competições, a ABCCMM leva os eventos até ele por meio das transmissões no canal da entidade no YouTube e no site. São milhares de acessos e dezenas de horas de programação ao vivo. Usamos essa alternativa e conseguimos driblar a crise com o dinamismo e a força de vontade dos criadores para transformar os acontecimentos em um aprendizado de motivação”, reforça o presidente.
Com um plantel de aproximadamente 650 mil animais, segundo a ABCCMM, a raça está presente em todas as regiões do Brasil e se destaca no agronegócio nacional como a maior e mais importante do país. Depois de seguidos esforços da diretoria e meses de paralisação, a entidade iniciou, em junho, o processo de retomada dos eventos oficiais. Adaptadas ao novo normal, todas as exposições e copas de marcha realizadas desde então seguem os protocolos de saúde e segurança sanitária estabelecidos pelos órgãos competentes. De junho até o momento, foram realizados 73 eventos oficiais pelo país.
Devido à grandiosidade da Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, maior evento de equinos da América Latina e o principal da raça com mais de 220 mil participantes na última edição, a ABCCMM adiou o acontecimento para 2021. Serão 12 dias, entre 17 e 31 de julho, no Parque de Exposições da Gameleira, em Belo Horizonte (MG).