São Paulo/SP 2/7/2020 – Não dá para o RH seguir da mesma forma. Mudanças são necessárias para adequação de papel, estrutura e processos mais alinhados à realidade.
Especialistas apontam caminhos possíveis para empresas e RHs em meio às mudanças e crise do mundo atual.
O mundo já não é mais o mesmo. Muita coisa mudou rapidamente desde o começo do ano. E, no mundo empresarial, uma mudança substancial tem-se notado nos últimos tempos. Se, antes, a área de Recursos Humanos era conhecida por ser uma área processual, hoje ela precisa ser atuante estrategicamente, equilibrando interesses do negócio e das pessoas.
Segundo a consultora em Desenvolvimento Humano e sócia da Intentus, Lilian Sanches, o RH migrou de um papel extremamente operacional e controlador, como era característico da gestão de comando e controle, para uma área estratégica e pró-ativa.
A consultora diz, ainda, que esta mudança acompanhou as mudanças no mercado profissional e nas empresas. Temas como engajamento, performance, desenvolvimento contínuo e transformação digital passaram a fazer parte do dia a dia dos profissionais de Recursos Humanos. Não por acaso, os assuntos ligados à cultura, liderança e gestão de times são pauta constante na agenda da área que cuida do capital humano das organizações.
“Não dá pra olhar os processos sem entender profundamente as pessoas, o negócio, a sociedade e suas relações. Também não dá pra pegar algo pronto e simplesmente tentar encaixar em sua empresa. Se por um lado temos a força da transformação digital, de outro, cada vez mais o entendimento das particularidades, da individualidade humana, será diferencial nas ações estratégicas”, ressalta a especialista.
Um estudo da Deloitte intitulado “Tendências globais de capital humano 2020” mostra que as empresas migraram nos últimos anos para o conceito de empresa social “uma organização cuja missão combina crescimento de receita e lucro com a necessidade de respeitar e apoiar o ambiente e a rede de partes interessadas”, com três novos atributos caracterizando este novo conceito de empresa social: Propósito, Potencial e Perspectiva.
Lilian Sanches diz que, “com tantas mudanças ocorrendo no mundo, nas empresas, na forma como as pessoas lidam com suas vidas e carreiras, não dá para o RH seguir da mesma forma”.
E complementa: “Mudanças são necessárias para adequação de papel, estrutura e processos mais alinhados à realidade das pessoas e empresas”.
“Com estas mudanças e com a pandemia em curso, precisamos olhar mais dois importantes aspectos: qual o reflexo destas mudanças dentro das empresas e nas relações dos líderes e equipes”, esclarece a especialista em Desenvolvimento Humano.
Cenário atual requer cuidados
Uma das preocupações das empresas, segundo a consultora e especialista em RH, Carina Rodriguez, é o cenário atual de mudanças.
“Empresas têm buscado sua sustentabilidade e perenidade, equilibrando a forma de tomar decisões diante de um momento tão sensível às pessoas. Equilibram-se diariamente esses dois papéis: performance e resultados versus cuidado com as pessoas, seja na saúde física e ou mental”, afirma Carina.
Segundo a Associação Internacional de Total Rewards, “World at Work”, em pesquisa recente realizada em Maio de 2020 com 523 empresas de diferentes segmentos, quase um terço está sentindo a dor extrema da pandemia e atingiu o limite da sobrevivência sem cortes de funcionários ou recursos. Potencialmente 20% até julho terão que sofrer reduções significativas de despesas e 32% certamente terão impacto em 2021.
De acordo com Carina Rodriguez, no Brasil, o cenário não é diferente, uma vez que muitas empresas de médio e pequeno porte estão fechando suas portas.
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em pesquisa realizada em abril deste ano, pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas decretaram falência e fecharam as portas. Até a mesma data, já somavam 9 milhões de funcionários demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus.
“Estamos vivenciando uma crise inesperada, sem precedentes e previsão. E isso afeta diretamente a maneira em que os líderes precisam atuar com suas equipes nas organizações. Um dos impactos é a maneira como os gestores acompanham metas e desempenho de seus funcionários. Enquanto as metas continuarem em constante mudança, caberá ao RH e líderes reavaliarem seu modelo de acompanhamento, avaliação, desenvolvimento e retenção dos talentos da empresa”, afirma a consultora Carina Rodriguez.
Competências exigidas na atualidade
Carina também diz que as principais competências exigidas durante esse período sem precedentes, são a escuta e empatia. A liderança enraizada em valores pessoais influencia o clima e a cultura das pessoas ao seu redor nas empresas. Como muitos profissionais estão lutando com a súbita junção entre a vida profissional e pessoal em um mesmo ambiente doméstico, cabem aos líderes um afrouxamento das cobranças e formas de controle, porém com a preocupação da entrega por resultados e sustentabilidade do negócio.
“Jamais exigimos tanto dos nossos líderes. Uma liderança estratégica precisa atingir metas, impulsionar o desempenho e alinhar a ação de curto prazo com a direção de longo prazo. Os líderes enfrentam o desafio de fazer com que todos, desde a equipe executiva até as linhas de frente, se movam juntos na direção certa”, ressalta.
Para falar mais sobre o tema a Intentus através do seu Núcleo de Estrategistas em Desenvolvimento Humano promove no dia 7 de Julho o curso online e gratuito para profissionais de RH: Competências de RH do Futuro.
Uma oportunidade para profissionais da área se atualizarem e traçarem novos planejamentos e ações para o segundo semestre de 2020.
Competências de RH do Futuro | 07 de Julho – 20h | Online e Gratuito
Inscrições disponíveis em:
https://www.sympla.com.br/competencias-de-rh-do-futuro__893019
Website: https://www.sympla.com.br/competencias-de-rh-do-futuro__893019