Ribeirão Preto, SP 18/6/2020 – Existem outras soluções disponíveis no mercado, como as Plataformas de Antecipação de Recebíveis que permitem o financiamento da cadeia produtiva das empresas.
Um hub de serviços como o Canal MPME para cadastramento de fintechs e FIDCs, disponibilizado pelo BNDES é uma iniciativa que pode trazer resultados e perspectivas interessantes para investidores na área. O canal oferece serviços financeiros e não financeiros que auxiliam os clientes no desenvolvimento de seus negócios. No total, o hub distribuirá um montante de R$ 4 bilhões para pequenas e médias empresas.
Todo mundo que acompanha o mercado de finanças e tecnologia sabe que o Brasil é um país fértil para as fintechs. E os números não mentem: de acordo com o Distrito Fintech Report, de 2019 para cá, o número de empresas desse tipo subiu em 34%. Além disso, quatro das 100 fintechs mais inovadoras do mundo — Rebel, Nubank, Banco Inter e Creditas — estão aqui.
Sim, é um terreno fértil.
Porém, o quadro da pandemia da COVID-19 está trazendo uma mudança na perspectiva do mercado financeiro. Dentro do panorama mundial, é preciso que as empresas deixem de focar no crescimento a qualquer custo e passem a mirar num crescimento qualitativo. Já em nosso país, a questão é mais específica: brasileiros não têm costume de poupar. Isso se reflete na instabilidade das empresas no país. Na situação atual, o custo pode sair caro — especialmente num campo como das fintechs, que, apesar de estar em expansão, depende da circulação livre de capital no mercado.
Por isso, um hub de serviços como o Canal MPME para cadastramento de fintechs e FIDCs, disponibilizado pelo BNDES é uma iniciativa que pode trazer resultados e perspectivas interessantes para investidores na área. O canal oferece serviços financeiros e não financeiros que auxiliam os clientes no desenvolvimento de seus negócios. No total, o hub distribuirá um montante de R$ 4 bilhões para pequenas e médias empresas.Sem dúvidas essa aproximação do BNDES com essas instituições pode ser muito produtiva. O Canal MPME, nessa perspectiva, pode injetar novo fôlego nesse espectro da economia, especialmente em face da curva em U de recuperação da economia, que vem se desenhando nos últimos meses, com uma barriga mais acentuada.
Como funciona o hub
O hub criado pelo BNDES se divide em duas modalidades: Eficiência Financeira (Capacitação e Gestão) e Crédito e Financiamento. Para a primeira modalidade, o trabalho dessas empresas deve ser voltado ao aprimoramento da gestão financeira do microempreendedor interessado, “seja através da oferta de treinamentos e capacitação em gestão financeira, seja por meio de sistemas que automatizem as rotinas financeiras dessas empresas”.
Já a segunda modalidade se refere a fintechs que “que viabilizam empréstimos e financiamentos à Interessada para aquisição de bens, projetos de investimento e outras necessidades do dia a dia” dos pequeno empresários, com direcionamento na ampliação de acesso ao crédito. Uma vantagem do modelo instigado pelo BNDES é a relação entre as fintechs, FIDCs e o microempreendedor, normalmente feita de maneira estreita. Isso é ainda mais evidente para as empresas qualificadas na modalidade Crédito e Financiamento. Se levarmos em consideração que o mercado financeiro está atualmente travado, isso implica numa falta de recurso financeiro que limita a oferta de crédito para o empresário. Ou seja: sem mercado, não há dinheiro. Sem dinheiro, não há matéria-prima para os pequeno empresários.É claro que as expectativas é que os juros cobrados pelo BNDES tenham taxas mais competitivas do que o valor cobrado num cenário tradicional. Além dessa estratégia, o BNDES também está com uma chamada pública para a seleção de fundos de créditos para micro, pequenas e médias empresas. Há duas modalidades de fundos: o fundo originador e o fundo PME.
Um guarda-chuva de soluções financeiras
A oferta do BNDES é mais uma opção de sobrevivência do mercado dentro do período crítico que está sendo este primeiro semestre de 2020. Existem outras soluções disponíveis no mercado, como as Plataformas de Antecipação de Recebíveis, que permitem o financiamento da cadeia produtiva das empresas através de oferta de taxas mais competitivas. Os empreendedores também dispõem de Plataformas de Risco Sacado, que permitem antecipar os recebíveis de fornecedores de empresas que são boas pagadoras, fechando importantes gargalos que podem comprometer as operações das organizações.
As fintechs e FIDCs têm se mostrado, desde seu boom no final da década passada, uma ótima solução para o mercado, com uma robustez que, mesmo sendo posta à prova em tempos recentes, se mostra tenaz. Estamos construindo um verdadeiro guarda-chuva de soluções financeiras e a entrada do BNDES nessa batalha é mais uma esperança de vitória para todos.
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